O modelo usado pela Celesc para promover a eficiência energética é um bom exemplo para ser replicado em todo o país.
Um modelo inovador de convênio, firmado pela Celesc, permite que indústrias financiem a juros zero projetos de eficiência energética e definam seus fornecedores. Além disso, as parcelas mensais de amortização terão o mesmo valor da economia gerada.
A WEG irá fornecer os equipamentos que permitem redução no consumo de energia elétrica. Neste momento são cinco projetos selecionados, dois da BRF – Brasil Foods S.A, dois da Tupy S.A e um da Tigre Tubos e Conexões. Com o investimento de R$ 19,850 milhões serão economizados, por ano, 23.766,90 MWh de energia elétrica, 1.819,55 kW de demanda na ponta. Economia equivalente ao consumo de aproximadamente 10 mil residências durante o mesmo período.
Um dos principais aspectos do projeto consiste na substituição de motores elétricos ainda em operação, mas tecnicamente desatualizados em termos de eficiência energética, por novos motores de alto rendimento e automatização de sistemas, entre outros. A Tigre irá substituir aproximadamente 100 motores, a Brasil Foods um número superior a 100, e a Tupy aproximadamente 300 motores. As linhas de motores WEG especificadas para estes projetos apresentam rendimentos superiores aos exigidos por lei, podendo atingir uma economia de 30%, tendo a eficiência otimizada com o uso de inversores de frequência.
A destinação dos recursos atende à obrigação regulatória das concessionárias de aplicar 0,5% da receita operacional líquida em projetos de eficiência energética. De acordo com o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, a concessionária pretende realizar novos projetos, ampliando mais a participação de pequenas e médias indústrias, por meio de novos critérios na chamada pública. O modelo adotado deve ser incentivado em todo o país. “Implementar ações voltadas ao uso eficiente cria diferenciais competitivos e vantagens relacionadas à produtividade, disponibilidade de energia e sustentabilidade”, afirma.
Ainda conforme o executivo, o incentivo na indústria traz a melhor relação custo/ benefício entre investimento e energia economizada. Além disso, é mais viável aplicar recursos em bons projetos de eficiência energética do que investir na ampliação do fornecimento de energia elétrica. “A ampliação do sistema elétrico sempre será necessária, porém devem existir fontes que fomentem a eficientização das instalações”, explica.
Recursos financeiros atrativos viabilizam projetos
A grande maioria das indústrias têm em seus parques industriais equipamentos que estão em operação há 10, 20 anos ou mais, como é o caso de motores elétricos, em que o ganho vem pela substituição destes por novos, que contam com a tecnologia de maior rendimento.
“Os profissionais das áreas técnicas das indústrias sabem que ao substituir motores elétricos antigos por novos obtém-se redução no consumo de energia, que pode ser ainda maior com o uso de inversores de frequência. Mas, a grande barreira na implantação desses projetos é a disponibilidade de recursos financeiros atrativos”, explica Antonio Cesar da Silva, Diretor de Marketing da WEG.
De acordo com o executivo, este modelo da CELESC viabilizou em aproximadamente 90 dias bons projetos em varias empresas. “Outras concessionarias do país deveriam ter o modelo da CELESC como exemplo”, finaliza.
A seleção dos projetos As propostas deveriam seguir os preços do mercado e obedecer aos critérios estabelecidos no Manual do Programa de Eficiência Energética da Aneel, com benefícios 33% maiores que os custos. Os cinco projetos tiveram a melhor colocação de acordo com a base de cálculo da Aneel, considerando os indicadores EE = Energia Economizada, RDP = Redução de Demanda na Ponta e RCB = Relação Custo Benefício.